Vazio
Não tem nada a ver, nem ouvir
E paredes brancas estão a ruir
Sem quadros, sem tinta, só cal
Mesa vazia, prato cheio de sal
Uma casa feita de nada, o chão
Terra batida, sem muro, portão
Não tem árvore, e não tem flor
Não tem alma, nem voz, nem cor
Um pesadelo, um medo, modelo
Que um dia foi perfeita, a eleita
Agora só um emaranhado, novelo
Fios rotos, despenteado espelho...