A fogueira de uma vida
Sinto o vento ao meu redor,
mas não consigo respirar, estranho não?
observo as árvores e me pergunto como conseguem ainda estarem ali,
vejo os pássaros e penso que ao mesmo tempo em que se sentem livres, sentem medo.
É como se tudo remotamente fosse perfeito e quando menos espero tudo acaba,
não vejo mais nada ao meu redor
só cinzas e fragmentos do que um dia já foi,
do que um dia eu fui.
É como uma fogueira que suporta o rigoroso inverno, ela vai morrendo aos poucos
na mesma medida em que nos proporciona calor,
este é seu objetivo e literalmente também seu inevitável fim,
o qual é benéfico apenas para aquele que conseguiu se aquecer,
às vezes a vida me lembra uma fogueira...
Como o ponto de uma frase que não tem um fim, como este texto que não tem sinto ou será que tem?
Sinto o sol e tenho repulsa do mesmo,
prefiro o escuro
sim um lugar escuro tão compatível com minha mente que não sei como os diferenciar,
isso seria uma autobiografia?...
Vejo a chuva e me sinto bem,
os trovões são legais de serem escutados,
os raios brilhando no céu uma linda obra de arte,
as gotículas de chuva caindo sem nenhuma direção, sem se importar com o fato de que ao colidirem com o solo terão um fim eminente...