Mais uma vez, tudo de novo

Mais uma vez, tudo de novo

O mesmo esboço dos diversos tons de cinza

Exposto nas mesas, nos balões

Nos convidados estáticos que observam a calamidade

Que vem lentamente sussurrando, um a um

O fim trágico dessa peça

E dos pobres coitados

Amaldiçoados em encená-la.

Uma tola sensação de reprise, repetição

Um golpe de olhar incapacitante

E vamos todos ao chão;

Pois assim é mais fácil a nossa volta à terra

O eterno descanso dos que não param

E que agora aprendem, forçados

O que se faz

Quando ninguém observa.

O silêncio que anuncia nossa despedida;

Um sofrimento que não vale o desprezo.

Lindos contos sobre reconciliação,

Extensos cantos sobre desespero.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 17/09/2023
Código do texto: T7887484
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