A herança que é dada pela vida

Talvez eu tenha enlouquecido

Me afogado nas mesmas questões

O que é a vida? Qual seu sentido?

A teoria das minhas reflexões

Ou talvez eu tenha ficado são

E o mundo esteja em insanidade

Por isso vejo a escassez da razão

E a abundância de imbecilidade

Ou apenas seja meu pensar caótico

Essa minha criativa confusão

Esse meu questionar neurótico

Que sempre me levam a alguma conclusão

E se o tempo for uma herança?

E se for uma fortuna nos dada pela vida?

E se nosso viver for a gastança?

Quanto dessa fortuna já foi perdida?

E se a vida for um gastar de hora?

Quanto tempo já foi perdido?

E se estivermos torrando o agora

Na tolice da busca do sentido?

Quando nessa possibilidade, alguma vez pensou?

Me diz, já se arrependeu do passado?

Depois entendeu que o que passou, passou?

Ou vive em arrependimento? No viver desperdiçado

A gente paga até ser enterrado

A gente paga desde o berço

A gente apenas vive, e o viver nos é cobrado

E novamente a gente paga, e o tempo é o preço

O preço da ida ao trabalho, é o deslocamento

O preço de se deslocar, é o engarrafamento

O preço do engarrafar, é o ficar estagnado

O preço de estagnar, vêm em juros pro atrasado

O preço do alimento, a gente paga trabalhando

O preço do trabalho, a gente paga se cansando

O preço do cansaço, a gente só paga dormindo

O preço do dormir, são as horas se esvaindo

O preço das escolhas, são as consequências que aceitamos

O preço das consequências, são as vivências que acumulamos

O preço das vivências, é saber que a morte vai cobrar a dívida

O preço da morte, é a herança que nos é dada pela vida

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 15/09/2023
Reeditado em 15/09/2023
Código do texto: T7886578
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.