A herança que é dada pela vida
Talvez eu tenha enlouquecido
Me afogado nas mesmas questões
O que é a vida? Qual seu sentido?
A teoria das minhas reflexões
Ou talvez eu tenha ficado são
E o mundo esteja em insanidade
Por isso vejo a escassez da razão
E a abundância de imbecilidade
Ou apenas seja meu pensar caótico
Essa minha criativa confusão
Esse meu questionar neurótico
Que sempre me levam a alguma conclusão
E se o tempo for uma herança?
E se for uma fortuna nos dada pela vida?
E se nosso viver for a gastança?
Quanto dessa fortuna já foi perdida?
E se a vida for um gastar de hora?
Quanto tempo já foi perdido?
E se estivermos torrando o agora
Na tolice da busca do sentido?
Quando nessa possibilidade, alguma vez pensou?
Me diz, já se arrependeu do passado?
Depois entendeu que o que passou, passou?
Ou vive em arrependimento? No viver desperdiçado
A gente paga até ser enterrado
A gente paga desde o berço
A gente apenas vive, e o viver nos é cobrado
E novamente a gente paga, e o tempo é o preço
O preço da ida ao trabalho, é o deslocamento
O preço de se deslocar, é o engarrafamento
O preço do engarrafar, é o ficar estagnado
O preço de estagnar, vêm em juros pro atrasado
O preço do alimento, a gente paga trabalhando
O preço do trabalho, a gente paga se cansando
O preço do cansaço, a gente só paga dormindo
O preço do dormir, são as horas se esvaindo
O preço das escolhas, são as consequências que aceitamos
O preço das consequências, são as vivências que acumulamos
O preço das vivências, é saber que a morte vai cobrar a dívida
O preço da morte, é a herança que nos é dada pela vida