A MEIA MARGEM DO RIO

Em rio tranquilo curriga a sanidade,

cabeça d'água aponta.

O pescador rema com força,

não sabe motivo,

instinto mesmo.

Ignora o lema trocando o tema,

conforme o leme que rema outra vez

o mesmo rio.

Correnteza, queda d'água,

queda dele: nele.

Evanesce a ira profunda,

que por todo lhe afunda

na iniquidade das preocupações.

Emerge,

ofegância,

olhar alterado.

Para o alto do punho esquerdo

levantado ele comemora.

Chegou ao invisível de dentro,

na margem do meio,

do rio profundo,

qual escadaria mole metafórica,

e subiu.