A serpente, o pássaro e o homem
A serpente, como símbolo do saber,
nada cria, além da própria vida.
Nada faz, somente sobrevive e
até da própria toca se apropria.
A sabedoria é como a serpente,
poucos a procuram,
poucos são mordidos.
Para ser sábio é preciso nada ter,
deve-se apenas sobreviver,
com conhecimento.
Como a serpente, os pássaros não semeiam,
apenas colhem.
O homem, como criador, é apenas
um criado.
Ele é escravo de pássaros, serpentes
e de si mesmo.
Pobre criador,
humilde criatura.
Enquanto os pássaros voam,
as serpentes rastejam,
mas são livres.
O homem é prisioneiro de suas necessidades,
das gaiolas e armadilhas que cria,
para se manter vivo.
Mas cativo.
05/01/05