Sal e versos
Eu não posso dizer muito e não tenho milhões de palavras em mim
Sei que há coisas que só deveriam ser ditas ao pé do ouvido
E essas chegam com o calor da voz
Em suspiros arrastados, pausados
Talvez se escrevesse essas palavras em um papel
Pedisse ao carteiro que entregasse em mãos, em suas mãos
E nelas estivesse meu perfume
Tu me sentirias perto e eu caberia em ti
Ou se no vai e vem das ondas do mar tu experimentasse um pouco de mim
Calmaria e turbilhão
E de sal e versos alimentasse tua alma,
talvez assim suportarias o frio
Quem sabe nossa poesia seria como uma dança
Suas mãos na minha, pra lá e pra cá
Lembro então que nossas mãos nunca se tocaram
Nossos olhos nunca se cruzaram
Nunca te senti nem de perto
Mesmo assim tens lugar em mim
Isso é o pouco que posso te dar
E, por fim, sem querer me despedir
Como um sentimento que nos tira o chão
És sempre bem vindo em minha alma