Carta aberta ao sentimento
Pulsações da madrugada, se jogando da ponte procurando a esmeralda, vendo balões vazios se encherem por nada.
O tom que tem a vida, a cura que sara a ferida. A leveza que entra pela janela anunciando o que vem na primavera.
O barulho da telha, o gemer do chão, a espuma que se fez o sabão, todos os sentidos implodindo ao tocar uma mão.
O som que vem de longe não chega ao coração. O vento de um dia quente faz a mula caminhar sozinha, deixando o cesto e esquecendo a paixão.
E nos devaneios incertos, ouvi da montanha um grito e uma direção. O rio que aqui me trouxe, me devorou as entranhas, me engoliu os pedaços, me cuspiu os centavos, me tornou em retalhos e só assim alcançou meu coração.