Paradoxo metalinguístico
Durante todos os dias
Luto para não me perder
Em meio a saudade do passado e o medo do futuro
Busco no presente permanecer
Embora seja difícil silenciar
Essa mania de conjugar
Verbos no pretérito perfeito.
E assim meus dias se sucedem
Observando cada segundo passar
Sem lugar para ir
Sem ombro para chorar
Esperando ansiosamente
O breu cair
E a madrugada chegar.
Entre metáforas e hipérboles
Minha alma se fragmenta
Brincando com versos livres
De um poema que alimenta
Meu coração cansado
Que tanto remói o passado
Mas que sonha com novos anseios e adventos