SILÊNCIO
O 'Silêncio' tão perto se revela,
Enquanto as palavras se afastam, sem tela...
E o 'Desejo', perseverante, constante,
Em pensamentos que o tempo faz errante.
Compreendo!
O 'Silêncio' é resposta fria e cruel,
Trazida pelo vento, manhã tão fiel.
Nas noites cálidas, angustiante e fatal,
Ecoa em mim, como sombra abissal.
Compreendo!
Perturbador, como ondas que bradam,
Nas pedras pálidas, que em silêncio desabam...
Ouço-o nos pensamentos, sempre a ecoar,
Angústia infinita, que não quer calar.
Compreendo!
Sua existência, assim como a minha,
Não se mede, não se alinha.
Nas dores dos 'Desamores' vividos por nós,
As palavras se perdem, restamos a sós.
Só compreendo!
Uma vida presa, sem plenitude,
Por amarras diárias, sem latitude.
Pensamentos conturbados, a nos consumir,
No 'Meu' e no teu 'Ser', sempre a persistir.
Palavras 'Findas em si'...
O 'Silêncio'... é o que há aqui.