Porteira de Mim

Quando me perguntam se eu já fui muito magoada

Percebi que respondia errado

Eu costumava dizer que sim

Mas que covardia a minha

Que falta de verdade

Ninguém me feriu

Eu

Por vontade

Covardia

Ou imaturidade

Dei acessos indevidos

Para "amores"

E amigos.

Hoje sei

Que eu sou dona de mim

Porteira de meu espaço

Do meu corpo

Eu me refaço.

Eu que permito

Como quero ser vista

Tratada

Falada

Ou ouvida.

Entra quem quero

Entra quem deixo

Fica quem merece

Fica quem me tem esmero.

Entrar pode não ser fácil

Mas sair

Pode não ser agradável

Aproveite enquanto te permito ficar

Pois,

Ao ser convidado a se retirar

Pode se surpreender

Talvez ache não merecer

Mas lembre

Só eu sei o que vi em você.

Reciprocidade, hoje

É meu sobrenome

Casei com o amor próprio

Noivei com a solitude.

Mas vale manter minhas virtudes

Que distribuir meu querer

Com qualquer um, sem merecer.

Não tenho medo da solidão

Nem do silêncio

Eles me fazem companhia

Espelhando meu brilho

Reluzindo meu brilhar

Me fazendo sentido

Mantendo o meu amar.

Tai Oliveira
Enviado por Tai Oliveira em 01/08/2023
Código do texto: T7850742
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