Poema - Uma conhecida amiga

Retorna a insuficiência

Uma velha amiga de pouca ausência

Não o abandona quando estás sós

Não o muda quando estás longe

Mas permanece como a torre, sólida

Rigidamente firme

Um pilar incapaz de se desestruturar

Acha mesmo poder se desprender

Que será de escapar

Como Eva, um dia, coagida pela serpente

Ela logo o devorará, brincará com sua mente e então desaparecerá

Marcam 22h e ainda estou louco

A sanidade me fugiu como um sopro

Esperava a calma da noite depois do dia afoito

Tolice, alarmante seria estar certo

Mas Intuições baratas nunca pagaram meu teto

E, ainda que não atente a suas vozes

Sim, suas vozes, essas que a ti vivem, guiam e engolem

Só proferem o que lhe devem

Lhe devo uma vida útil

Lhe devi a alegria fútil

Mas te paguei com mente obtusa

Não lhe direi a que custo

"Você tem de estar comigo"

Soou triste a angústia do entardecer

Mais simpática que aqueles que tive o desprazer em ver

Ainda me pergunto quando viemos a nos conhecer

Estou sério, Estou irritado

Não com alguém de fato

Mas contigo, seu raso amadurecimento

Por que me açoitas com tanto aborrecimentos

Como as belas rosas que tornam a morrer

Não irei envelhecer

Morrerei jovem, morrerei hoje

Morrerei nesse espelho

Morrerei na mente daqueles que desejo esquecer