Entre ciclos

No calor dos dias,

no frio das noites passadas

vivo mais uma temporada...

Um processo, em morte súbita,

me apreende.

Cheiro de novo ciclo sinto,

e no coração, o abismo jaz...

A escolha é um renascimento,

uma morte que amargura

tal como de um ente querido, em luto.

Acolhida pela paixão de um novo encontro.

E como num brejo podre,

em que o anticlímax é necessário

à desconstrução.

A terra se torna fértil ao cultivo,

o novo é INEVITÁVEL.

Uma alva flor, aos poucos surge...

Sob um ser vivo, que flutua,

recria a podridão

numa complexa estrutura.

Então sinto o novo...

E o vivo

em um agudo som...

Gemido,

em luto,

machucado-podre!

Recrio, recrio e recrio...

Daniel G D
Enviado por Daniel G D em 09/07/2023
Código do texto: T7832891
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