Entre ciclos
No calor dos dias,
no frio das noites passadas
vivo mais uma temporada...
Um processo, em morte súbita,
me apreende.
Cheiro de novo ciclo sinto,
e no coração, o abismo jaz...
A escolha é um renascimento,
uma morte que amargura
tal como de um ente querido, em luto.
Acolhida pela paixão de um novo encontro.
E como num brejo podre,
em que o anticlímax é necessário
à desconstrução.
A terra se torna fértil ao cultivo,
o novo é INEVITÁVEL.
Uma alva flor, aos poucos surge...
Sob um ser vivo, que flutua,
recria a podridão
numa complexa estrutura.
Então sinto o novo...
E o vivo
em um agudo som...
Gemido,
em luto,
machucado-podre!
Recrio, recrio e recrio...