PERFEITO CAOS
Sobre a ponte um eu que precisa desatar os nós,
De cada lado um extremo que precisa encontrar equilíbrio,
E no meio um perfeito caos que encontra seu lugar,
E quando não entendemos o destino,
Nos reconectamos a nós mesmos bastando respirar...
Minha alma é mais como o inverno,
A estação não compreendida,
As árvores sem folhas,
O frio que aos poucos paralisa,
A estação que dizem que não há vida,
Mas o inverno é só um momento,
Um respirar, o fim de um ciclo e um recomeçar,
Mas é no inverno que as paisagens ficam mais nítidas,
E o calor do sol nos satisfaz feito abraço.
Minha mente é mais como árvore de outono,
Deixando as folhas secas caírem,
Assim como nem todos os pensamentos precisam ficar,
Novas ideias virão, a árvore voltará a fazer sombra e frutificar,
Minhas intenções são como a primavera,
Afinal, para que intentos e objetivos que não possam florescer?
A caminho do crescimento, lutando mesmo no sofrimento,
Como uma semente que rompe a terra para crescer.
Mas o coração é como um verão,
Um sol que não há como não perceber,
Que grita de felicidade como as crianças na praia,
Mas que conhece e vive também cada tempestade,
Que tenta fugir do caos, mas quando preso nele,
Não se abate e encontra sua via de escape.
Mas no fim, a essência, a alma,
Sempre será como um inverno,
Temendo e amando o ciclo da vida,
Morrendo e renascendo,
Porque estamos vivos para viver.
As folhas que caem no outono abrem lugar a uma nova roupagem,
Enquanto alimenta a terra e seus fundamentos,
O frio parece pausar o tempo,
Para que o recomeço possa encontrar espaço,
A primavera nos lembra que os tempos difíceis não podem impedir uma flor,
E o calor do verão, convida a todos a viver,
Mas ainda assim, o meu ponto mais íntimo será inverno,
Respeitando o círculo vicioso dos ciclos,
Porque no fim, a morte faz parte da vida,
Mesmo que tenham nos ensinado sobre um fim.
Percebi em meu inverno que a vida é um constante recomeço,
Então que seja isso, que enquanto eu vivo,
Sempre me conectando a essa força,
Que nos arrebata de cada fim nos apresentando o recomeçar.
Sobre a ponte um eu que precisa desatar os nós,
De cada lado um extremo que precisa encontrar equilíbrio,
E no meio um perfeito caos que encontra seu lugar,
E quando não entendemos o destino,
Nos reconectamos a nós mesmos bastando respirar.