Rótulos
Não sei se sou de artes
Não sei se sou dos números
Se devo me moldar nos fatos
Ou aceitar estar nos únicos
Espaços apertados não me cabem
A ótica do outro não detém
O que penso e o que faço
Importa o que ao outro convém?
Hoje o reflexo é turvo
O espelho me traz de volta
Relança a trajetória
Reflete na minha memória
Eu devo seguir sozinho?
Ou devo encontrar alguém
E aceitar preencher um espaço
Onde posso me tornar refém
Eu sei que os meus vazios
Esvaem na solidão
Enquanto os meus caminhos
Se inclinam em direção
A um infinito escondido
Dentro da minha imaginação
E eu vejo o meu destino
Se moldando na escuridão