"Dormentes".
Dormentes...
Que são dormentes?
Não...
Dormentes...
Não são vagabundos,
Que dormem...
Nos bancos das praças,
Nos quatro cantos do mundo,
Ou, ainda, nos braços da graça.
Dormentes...
Sim...
São corpos inanimados,
Que não se pega no colo,
Que oscilam sobre o solo,
Ao peso do trem de ferro.
Dormentes...
São fragmentos de árvores,
Condenadas à morte infame,
Sem direito ao tatame,
Ainda que se lamentem.
Dormentes...
São meios do vil progresso,
Que a alma humana infesta,
Para acabar com a floresta,
Em nome da tecnologia.