Primavera
Me esgueiro pela vida
Recusando o cárcere de minha alma
Suportando a ultrajante marca dos desviados
De recompensas esparsas
Minha esperança a contragosto sobrevive
De minhas ruínas teço sonhos
De percalços construo um destino
Minha beleza não agrada todos os olhos
Por isso sigo a solidão dos verdadeiros
Como o selvagem, que contra tudo luta
Como o inocente, que a tudo perde
Vivo a infinitude de cada instante
O que me alegra é em mim não estar extinto
Este amor que só a mim devo