SÓ CONSERVE O ÚTIL
Valdir Rangel
Metade do que eu tenho
Eu nunca vou usar
A outra metade,
metade eu vou doar
O restante que ficar
Eu também não vou ficar
Pra mim é uma sobra
Para onde eu vou
não poderei levar
Tem gente que guarda de tudo
Livro velho, rádio danificado
Roupa rasgada, brinquedo quebrado
Bicicleta antiga com o pneu furado
Sapato fora de moda
Discos antigos e arranhados
O vestido do casamento
Numa mala amarelado
Tudo isto para não se seperar
De seu amado passado
Pra não se esquecer talvez
Dos sonhos já realizados
Vai empilhando lembranças
nos troços acumulados
Pensando que a sua felicidade
está naquele amontoado
Não colecione os (lixos)
Não vá acumular esse monturo
Colecionando coisas imprestáveis
Que não rendem nenhum juro
Viver é uma atualização
No caminho do futuro
Só não despreze as lembranças boas
Daqueles momentos puros