Mudança de rotina?
Se eu estivesse morto, agora,
e mesmo a pouco
e não o soubesse,
procuraria ficar quieto no meu canto
observando,
pra ver se um anjo passasse
e me dissesse que dia é hoje
Ficaria à vontade em uma sala minimalista;
clássica sem ostentação;
com ampla janela de frente para o sem fim
olhando meus replays em slow motion
tirando a dúvida de minha tentação desaproveitada
Olharia para minhas mãos e não as encontraria
Isso a quem evitaria o inútil aceno?
Sem me levantar,
vejo-me sentado à mesa,
em frugal refeição
acompanhado de meus pensamentos
com quem travo conversa
no verso de não me sentir só
Inúteis pés, sem chão para pisar,
andaria na velocidade do silêncio das estrelas
Dúvidas e certezas são da mesma cor e
por isso, a dúvida dos enganos que vivi
prevalece no desejo de não tê-las
Hoje é tempo?
Se é, não importa
Amanhã o tempo passa e com ele
Este que já não é