Rebelião da Alma
Celebro, pois, este vil momento
Em quietude ordinária
Porém, o mundo indaga, lamento,
Qual a razão tão primária?
Em meio a tristezas enredadas,
Alegria me compete e acolhe
Mesmo em incertezas adensadas,
Rebelde, minha alma não recolhe.
Transbordo, de orgulho prenhe,
Em meu âmago, eu subsisto,
Em dias ruidosos, sanguinolentos,
Sinto ainda como eu existo.
Não se avolumam montanhas de afeto,
Somente almas inquietas, preocupadas,
Anseiam por meu constante respeito,
Anseiam pelo que lhes faz falta.
Em certezas, trago uma solene,
Estarei eu, invariavelmente,
Sem murmúrios, sem tormento,
Sem fim de estrada, sempre presente.
Sobre este dia emblemático,
Não se faz amargor uma presença,
É apenas um símbolo retórico,
Do que foi e ainda é, uma essência.