Ainda há esperança

A gente cava o buraco

depois cai na escuridão

se quebra, vira caco

antes de tocar o chão

A gente dobra os joelhos

pede pra vida clemência

até respira por aparelhos

antes da sala de emergência

A gente acha que morreu

com o coração ainda batendo

diz que a vida não valeu

sem antes estar vivendo

A gente chora aos bagaços

se resume ao cair

nos vemos como fracassos

sem nossa história assistir

A gente não nos dá chance

não sabe se permitir

cobra que a vida avance

mas do lugar não quer sair

A gente se faz desistência

no ardor do machucado

eu sei, em estrada de sofrência

não há tempo pra ser curado

A gente se sente cansado

afinal, não há tempo pra descansar

vai ficando cada vez mais acabado

e só pede ao universo, um cessar

Mas a partida só acaba, após o som do apito

cabeça erguida, rumo a virada

escuta! Sua alma está dando um grito

ainda há tempo pra uma nova jogada

Assim, penso que...

Entre melodias alegres e sofridas

vamos criando os passos da nossa dança

enquanto o coração tocar o som da vida

ainda há esperança

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 20/05/2023
Reeditado em 27/05/2023
Código do texto: T7793194
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