Ainda há esperança
A gente cava o buraco
depois cai na escuridão
se quebra, vira caco
antes de tocar o chão
A gente dobra os joelhos
pede pra vida clemência
até respira por aparelhos
antes da sala de emergência
A gente acha que morreu
com o coração ainda batendo
diz que a vida não valeu
sem antes estar vivendo
A gente chora aos bagaços
se resume ao cair
nos vemos como fracassos
sem nossa história assistir
A gente não nos dá chance
não sabe se permitir
cobra que a vida avance
mas do lugar não quer sair
A gente se faz desistência
no ardor do machucado
eu sei, em estrada de sofrência
não há tempo pra ser curado
A gente se sente cansado
afinal, não há tempo pra descansar
vai ficando cada vez mais acabado
e só pede ao universo, um cessar
Mas a partida só acaba, após o som do apito
cabeça erguida, rumo a virada
escuta! Sua alma está dando um grito
ainda há tempo pra uma nova jogada
Assim, penso que...
Entre melodias alegres e sofridas
vamos criando os passos da nossa dança
enquanto o coração tocar o som da vida
ainda há esperança