MAR (HE) RESIA

Na ponta do pé a melancolia caminha

sob o convés imaginário da introspecção.

Um, dois dias...

O gamão ajuda a manter a lucidez da nau.

Peixe seco,

desjejum metafórico de marinheiro

seu desqualificado no barco.

O par de pés convém

O pé em par no convés contorna

o limiar do pensamento,

o imitar do sofrimento.

Quem diria?

É poesia.

O sorriso fosco,

a identidade à deriva.

(Erick Bernardes, 1/5/2023)