Ou eu renasço inteiro, Ou eu morro pelo caco
Bebendo desespero
brindo meus fracassos
o sofrimento é o tempero
que dá sabor aos meus pedaços
Vou engolindo meus lamentos
sinto a garganta entalar
esse acúmulo de sofrimentos
inevitavelmente, resulta num gorfar
Olhando trechos do meu passado
penso no que fui, me vejo só o resto
entre letras apagadas, e falhas no meu traçado
sob as leis da inexistência, faço meu manifesto
Querendo encontrar a resposta
que não há na multidão
tanta coisa me é imposta
mas nenhuma é a solução
A consciência que quero compreender
reside nesse corpo em que habito
meu campo de guerra, chamo de ser
minhas ideias, minhas linhas de conflito
No fogo do ceticismo, eu queimo contos de fadas
incinerando fantasias, nado nesse mar de cinzas
blindado de apatia, imune ao toque das espadas
meu peito grita dor, minhas palavras saem ranzinzas
Buscando calmaria na minha tempestade
entendendo que o caos é meu ponto fraco
entre flashes conscientes, e apagões de insanidade
ou eu renasço inteiro, ou eu morro pelo caco