Ou eu renasço inteiro, Ou eu morro pelo caco

Bebendo desespero

brindo meus fracassos

o sofrimento é o tempero

que dá sabor aos meus pedaços

Vou engolindo meus lamentos

sinto a garganta entalar

esse acúmulo de sofrimentos

inevitavelmente, resulta num gorfar

Olhando trechos do meu passado

penso no que fui, me vejo só o resto

entre letras apagadas, e falhas no meu traçado

sob as leis da inexistência, faço meu manifesto

Querendo encontrar a resposta

que não há na multidão

tanta coisa me é imposta

mas nenhuma é a solução

A consciência que quero compreender

reside nesse corpo em que habito

meu campo de guerra, chamo de ser

minhas ideias, minhas linhas de conflito

No fogo do ceticismo, eu queimo contos de fadas

incinerando fantasias, nado nesse mar de cinzas

blindado de apatia, imune ao toque das espadas

meu peito grita dor, minhas palavras saem ranzinzas

Buscando calmaria na minha tempestade

entendendo que o caos é meu ponto fraco

entre flashes conscientes, e apagões de insanidade

ou eu renasço inteiro, ou eu morro pelo caco

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 05/05/2023
Reeditado em 06/05/2023
Código do texto: T7780687
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