Morte
Tínhamos planos
Planos pra mais tarde
Planos pro futuro distante
E pra o futuro de agora
Tínhamos planos pra o almoço
Iríamos ter um filho
E terminar a casa
Iríamos comprar roupa nova
E a Mantega que acabou
Ia terminar o livro
Que começou e não terminou
Ele deixou roupas na máquina
Sonhos pela metade
Uma vida meio vivida
Uma foto na geladeira
Algumas contas pra pagar
E o lixo pra tirar
A visita da avó que prometeu e não fizera
Mal sabia, era o fim de uma era
O fim, as vezes é no começo
As vezes é depois do começo
As vezes é na metade
O fim, é o fim
Sem cerimônia
Chega sem avisar
Não tem intenção de agradar
E muito menos de ser entendido
Só chega, e desmonta
Desmonta tudo
Sem sentido
Só sentido