VERSOS DO SEGUIR
Sigo o passo
em descompasso
e desfaço
tudo aquilo
que já fiz.
Sigo em frente
sem ver gente
entrementes
aos meus olhos
ainda cegos.
Sigo o rumo
com aprumo
e no sumo
me desenho
com o tempo.
Sigo o muito
o fortuito
gera fruto
detrás do mundo
que nasci.
Sigo útil
sem ser fútil
não inútil
para o romper
dos muros.
Sigo quebrando
leve desconsertando
o amar brando
tragado feito maço
de cigarro.
Sigo intenso
e assim propenso
ao soluçar imenso
entre lágrimas
de rubor.
Sigo por seguir
instinto o intervir
de sentir por sentir
serei itinerante
incansável.