Insônia
O sono não faz moradia
No meu eu,
A noite se torna
Um caleidoscópio de memórias.
Horas madrugada noite adentro,
As ideias me incomodam,
As derrotas pesam os neurônios,
Sensações intensas
E arrependimentos
Sobre os últimos dias
Apedrejam o crânio.
Nada de descanso ao corpo
Enquanto a humanidade repousa em paz.
O desejo é que esta selva escura cesse,
Que essa vastidão de releituras dos
Meus atos acabem. Mas não,
Uma, duas, cinco da manhã
E sou enjaulado por indesejadas reflexões.
Na manhã seguinte
Pernas e braços estarão destruídos.
Olhos bem abertos
Em estado de vigília,
A insônia é intensa investigação
Sobre nós mesmos,
O sacudir das certezas,
O não repouso das calejadas pálpebras,
Arqueologia inquieta do passado,
Ceifador dos doces sonhos,
Incomodador dos atos no presente,
Invocação de pensamentos agressivos.