Repente
Apareceu! De repente...
Um poema. Sempre!
Não resisti... repeti
Coloquei-me a repicá-lo
invocando vocábulos
Impulsionado! Quis poemá-lo
Graça?! Farra pura!
Quis homenageá-la...
Construindo versos. Amplexos!
De amor complexo
Mas verdadeiro, Inteiro!
Retirados das entranhas
Escrevi com meu sangue
Poeticando imperfeito
Do mais que profundo
dos meus sentimentos
Costruí quimeras, esperas
desobstrui artérias
Ligado no sub-mundo poético
Escrevi meus versos
Fracos. Confesso!
Mero aprendiz de poeta.
Puto. Pecador inconfesso!
Miserável. Mendigo! Confesso!
Entre os nobres. Intelectos!
Palmilhando os acasos
Tornei-me falsário de versos
Um canalha poético!
Prostituto! Transverso!
Grito ao mundo. Quem não é?!
Ladrão de sentimentos poéticos?
Quem não se inspira na brisa, no vento?
Hipócritas! Não se escondam...
Mostrem! Abram suas comportas...
ainda há tempo! Este é o momento!
Choveu na minha horta! Agora!
Hildebrando Menezes