SEGREDOS
Num velho banco de um jardim antigo
Repousei meu sentimento cansado…
Segredou-me levemente ao ouvido
Silêncios que com ele tinha guardado
O sol surgia e suas tábuas aqueciam
Momentos sólidos de manhãs frias…
Lágrimas de orvalho se despediam
Algemando no chão, gotas feridas
Em si, sentava misteriosos contos
Tardes noites e madrugadas sumidas…
Desabafos bocejados em desencontros
De velhos cansados de suas vidas
Juras de estranhos amores perdidos
Arrancados em fragrâncias do jardim…
Abraços em ternos beijos esquecidos
Oferecidos pelas flores de jasmim.
Os pássaros desciam cantando
E a seus pés comiam migalhas dadas…
Das árvores caiam folhas chorando
Por não mais, serem cuidadas
Entre paixões e sonhos acabados
Em adormecidas tristezas escutadas…
Outros se sentavam encantados
De alegres histórias passadas
Escutei atento do velho banco
Confissões reveladas sem medos…
Perdido, debrucei-me no seu encanto
E com ele partilhei meus… Segredos