VIDA DE INSETO
Morro
Cada dia que passa minha vida se esvaece
O tempo é implacável
Todo esforço que o meu corpo perece
Para ter o descartável
Corro
Como uma máquina robotizada
Preocupada com o horário
Uma colmeia colonizada
O rei, o operário
Morro
Toda a angústia de não possuir o suficiente
Sempre querendo mais
O ideal preso a corrente
O acumular que satisfaz
Corro
Todo o esforço à alguém enriquece
Nunca ao trabalhador
A mão de obra é a prece
Do abismo devastador