P R E C I O S I D A D E S (339)
NO MEIO DO CAMINHO
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
e triste, triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
e a alma de sonhos povoada eu tinha.
E paramos de súbito na estrada
da vida : longos anos, presa à minha
a tua mão, a vista deslumbrada
tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo . . . Na partida
nem o pranto os teus olhos umidece,
nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face e tremo
vendo o teu vulto que desaparece
na extrema curva do caminho extremo.