Assim morre o Poeta
Quando as palavras ficarem vazias
e os sentimentos forem banalizados
não haverá mais alma nas poesias
os versos perderão seus significados
Quando o luar não cativar os amantes
a paixão terá cedido ao ceticismo
as estrelas já não serão mais interessantes
será anunciada a morte do romantismo
Quando os rios secarem
e as árvores se tornarem carvões
quando os pássaros se calarem
e a fumaça preencher nossos pulmões
Quando a poesia não conter mais sentimento
quando ela não tocar as multidões
os versos gritarão em sofrimento
e os poetas sentirão estremecer, seus corações
Quando os detalhes perderem a importância
não haverá o que ser versificado
só restará uma social inconstância
um mero jogar de dado
Quando só houver liquidez na modernidade
e nada mais for feito para durar
o efêmero será cultuado como divindade
o eterno será considerado como blasfemar
Será o dia da última folha,
do caderno
será a hora do secar,
da caneta
será o minuto de no verso ,
se fazer eterno
será o segundo que vão anunciar,
assim morre o Poeta