Assim morre o Poeta

Quando as palavras ficarem vazias

e os sentimentos forem banalizados

não haverá mais alma nas poesias

os versos perderão seus significados

Quando o luar não cativar os amantes

a paixão terá cedido ao ceticismo

as estrelas já não serão mais interessantes

será anunciada a morte do romantismo

Quando os rios secarem

e as árvores se tornarem carvões

quando os pássaros se calarem

e a fumaça preencher nossos pulmões

Quando a poesia não conter mais sentimento

quando ela não tocar as multidões

os versos gritarão em sofrimento

e os poetas sentirão estremecer, seus corações

Quando os detalhes perderem a importância

não haverá o que ser versificado

só restará uma social inconstância

um mero jogar de dado

Quando só houver liquidez na modernidade

e nada mais for feito para durar

o efêmero será cultuado como divindade

o eterno será considerado como blasfemar

Será o dia da última folha,

do caderno

será a hora do secar,

da caneta

será o minuto de no verso ,

se fazer eterno

será o segundo que vão anunciar,

assim morre o Poeta

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 07/03/2023
Reeditado em 07/03/2023
Código do texto: T7734952
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