Malícia
Tão matreira, aqui dentro, a poesia,
Que - manhosa - desarruma o verso.
Transpõe a rima e se delicia,
Põe à mostra, do escrito, o inverso.
Na entrelinha da linha seguida,
Fere e atinge, qual ponta de lança.
Faz sangrar toda dor dessa vida,
Reavivando, no ritmo, a dança.
Com malícia, meus sonhos realiza
E inocente se faz nessa meta.
Qual vento quente e uma doce brisa,
Ela encanta e seduz o poeta.