Essa minha intensidade

Diz pra mim,

como é sentir, sem tanta intensidade?

como é o sentimento, quando é moderado?

Como é a emoção, longe da extremidade?

Como é um coração, sem ser esse tornado?

O meu jeito de sentir,

É pororoca, dentro do coração

é carro na pista, desgovernado

é a bomba lançada, causando devastação

é o muro de Berlim, sendo tombado

Diz pra mim,

Como é a mente, quando está silenciosa?

como é o ser, sem toda essa inconstância?

como é o peito, que não abriga besta raivosa?

como é viver, sem se manter em vigilância?

O meu jeito de pensar,

é o colidir das vozes, em manifestações

a fúria de uma besta, querendo se defender

eterna metamorfose, que se afoga em contradições

viajante perdido nas variações do próprio ser

Diz pra mim,

como é a tristeza, quando é passageira?

Me conta sobre o calor das lágrimas, durante o chorar?

Me explica como é ter nos olhos, essa cachoeira?

Onde encontro essa dor, que não faz o braço sangrar?

O meu jeito de sofrer,

É queda no abismo, mergulho na escuridão

um arrancar da carne, para amenizar a dor

sentir o ser exposto, diante da multidão

a agonia da fragilidade, uma nudez do interior

Essa minha intensidade,

me faz ir do inferno ao céu

em instantes, percorro tal distância

em instantes, o açúcar vira fel

não há como ser, tudo é inconstância

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 22/02/2023
Código do texto: T7725389
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