Essa minha intensidade
Diz pra mim,
como é sentir, sem tanta intensidade?
como é o sentimento, quando é moderado?
Como é a emoção, longe da extremidade?
Como é um coração, sem ser esse tornado?
O meu jeito de sentir,
É pororoca, dentro do coração
é carro na pista, desgovernado
é a bomba lançada, causando devastação
é o muro de Berlim, sendo tombado
Diz pra mim,
Como é a mente, quando está silenciosa?
como é o ser, sem toda essa inconstância?
como é o peito, que não abriga besta raivosa?
como é viver, sem se manter em vigilância?
O meu jeito de pensar,
é o colidir das vozes, em manifestações
a fúria de uma besta, querendo se defender
eterna metamorfose, que se afoga em contradições
viajante perdido nas variações do próprio ser
Diz pra mim,
como é a tristeza, quando é passageira?
Me conta sobre o calor das lágrimas, durante o chorar?
Me explica como é ter nos olhos, essa cachoeira?
Onde encontro essa dor, que não faz o braço sangrar?
O meu jeito de sofrer,
É queda no abismo, mergulho na escuridão
um arrancar da carne, para amenizar a dor
sentir o ser exposto, diante da multidão
a agonia da fragilidade, uma nudez do interior
Essa minha intensidade,
me faz ir do inferno ao céu
em instantes, percorro tal distância
em instantes, o açúcar vira fel
não há como ser, tudo é inconstância