Enquanto houver vida, ainda há esperança
Quem nunca se perdeu na vida?
Ficou sem rumo na estrada do destino
jogado ao chão, como fera abatida
portador de um castigo divino
Quem nunca chorou por cada pecado
e se afogou em arrependimento?
Vocês nunca quiseram voltar ao passado?
ah! Quem me dera mudar um só evento
Vai me dizer que nunca desistiu?
Me diz, qual sonho seu deixou de existir?
Quem nunca fez um desvio?
Precisou traçar outra rota pra seguir
Já conheci o disfarce do fracasso
pra quem não sabe, se chama perfeição
nada é mais vazio que o abraço
de quem brada vitória por encenação
Eu julguei os que tropeçaram
como se suas falhas me fizessem superior
estive entre os que zombaram
daqueles imersos em dor
Aprendi que uma falha é o necessário
para mil acertos precisarem de um funeral
lembro de ler em um obituário
pequena dose de erro, envenenamento fatal
Quem nunca se sentiu cansado?
Não é vergonha pensar em desistir
estrada longa, deixa a gente frustrado
mas estar de pé, é aceitar o risco de cair
Eu já caí, e não quis mais levantar
é que nem sempre a gente alcança
mas ali, ouvi meu coração bombear
enquanto houver vida, ainda há esperança