Tudo e nada
Longe de tudo,
Perto do nada,
A curva da estrada,
O cambalear mudo.
O viandante vagueia,
Perambula pelo mundo,
Anda sob a lua cheia,
Reflete de modo profundo.
De uma vida que nada se leva,
Ficam resquícios da memória,
Do esquecimento contido na treva,
Jaz na geleira fria da história.
Retratar o eu verdadeiro,
É tarefa hercúlea,
É melhor permanecer sorrateiro,
Apenas contemplar a vista cerúlea.
Na linha distante do horizonte,
Uma incógnita paira no vazio,
O advir que ainda está distante,
Tudo depende do nosso próprio alvedrio.