Silêncio da solidão
Silêncio entrelaça solidão
Vagando horas a fio
Noite e dia reinando
Concedendo as sapatilhas d'alma
Andarilho sem rumo
Vagando sob o estrelar
Só ouvindo o silêncio
Apenas vendo o vazio
Sentindo frio nos ossos
Congelando o relógio
Os ponteiros vagarosos
Que num piscar completa o ciclo
Ao som do silencioso vento frio
Às portas adentrando
Em núpcias com a solidão
Gerando o tédio do vazio
Levando ao desconhecido
Um caminho de pedras e lama
Tropeçadas na palpável escuridão
D'um dia cinzento e silencioso
Em fria nevoa, apenas, caminhando
Sozinho em seu silêncio
Ao som da congelada batida do coração
Segue o moribundo solitário
Em suas lágrimas secas e congeladas
Mascara a peça de sua vida
Sozinho no palco
E o teatro vazio
Sem luzes ou som
Apenas o monólogo
Do ator andarilho moribundo
Encenando sua solidão
Em último ato sua vazia alma
Encenada num teatro vazio.