Paradoxalmente, confuso

Aos vinte e um anos, carrego o peso de identificar futuras decepções que algo ou alguém me proporcionará.

Sem querer, desperto nos outros sentimentos que não posso corresponder;

quer por falta de coragem ou de se colocar à merce das vulnerabilidades.

Sou eu, jovem sonhador, um mero egoísta?

Por pensar em mim antes mesmo de adentrar em algo novo?

Fugir é meu caminho mais fácil.

Evitar relações é algo que sempre idolatrei;

Mas e se por obra do destino, eu cair na tentação de amar?

Amar o outro antes de mim? Parece ironia!

Ainda assim, convivendo com tais sentimentos por muito tempo, sei que encontrarei alguém que me idolatrará, me amará e que será feliz somente com o meu dialogar.

Serei eu, egoísta, suficiente para ela?

Ela merecerá um ser humano diferente, que a ame e a idolatre na mesma intensidade.

Eu, aos 20 e poucos anos, ainda não aprendi a valorizar tais virtudes. Logo, egoísta por não saber o que desejo.

Amar

ser amado;

Viver

e ser vivido;

Sonhar

e se iludir;

Errar

e fraquejar;

Tentar.

Não conseguir.

Sinto que este paradoxo trará muitas frustrações e que, caso eu não busque melhorarias internas, eu me levarei à perdição.

Sinto-me,

paradoxalmente,

confuso.

dutrxa
Enviado por dutrxa em 23/12/2022
Reeditado em 28/12/2022
Código do texto: T7678012
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.