Paradoxalmente, confuso
Aos vinte e um anos, carrego o peso de identificar futuras decepções que algo ou alguém me proporcionará.
Sem querer, desperto nos outros sentimentos que não posso corresponder;
quer por falta de coragem ou de se colocar à merce das vulnerabilidades.
Sou eu, jovem sonhador, um mero egoísta?
Por pensar em mim antes mesmo de adentrar em algo novo?
Fugir é meu caminho mais fácil.
Evitar relações é algo que sempre idolatrei;
Mas e se por obra do destino, eu cair na tentação de amar?
Amar o outro antes de mim? Parece ironia!
Ainda assim, convivendo com tais sentimentos por muito tempo, sei que encontrarei alguém que me idolatrará, me amará e que será feliz somente com o meu dialogar.
Serei eu, egoísta, suficiente para ela?
Ela merecerá um ser humano diferente, que a ame e a idolatre na mesma intensidade.
Eu, aos 20 e poucos anos, ainda não aprendi a valorizar tais virtudes. Logo, egoísta por não saber o que desejo.
Amar
ser amado;
Viver
e ser vivido;
Sonhar
e se iludir;
Errar
e fraquejar;
Tentar.
Não conseguir.
Sinto que este paradoxo trará muitas frustrações e que, caso eu não busque melhorarias internas, eu me levarei à perdição.
Sinto-me,
paradoxalmente,
confuso.