Ressuscitare

Sou uma fantasia da destruição

O desejo de desaparecer

por detrás dos destroços

Não quero nem mais ver meu rosto

e imaginar que serei o mesmo

Rogo aos céus

por um pouco de conciliação

E atearei fogo a mim mesmo

para sentir o prazer

das chamas me queimarem

Andando sobre a corda tremula

toda culpa é meditada a mim

um lado sempre pesava mais que o outro

e me perdia na razão

de que nem sempre seremos sensíveis o suficiente

para sabermos lidar com a profundidade de nosso ser

Quando tentei atear fogo a mim mesmo

nem sequer teve combustão

faltava oxigênio

Angustiado,

corro a esconder a estaca

profundamente

em meu peito

e degolar-se

com a faca cega

enquanto espero o outono chegar...

Destruir em mim toda a carcaça

de que até então era só...

Não quero ser mais o mesmo.