Caminho

Tardias aves

A balouçarem nas escutas

Sussurradas nos ventos cálidos

A suavizar as quentes paredes cardíacas

Ocas de cansaço

Fujo do abraço

Que vem e me aperta

Sobrando-me o que sou

Quase poeta

Findo-me jardim

Plantei a flor incerta

Dessa floração

Luz fatiada

Colho o pedaço que me cabe

Como espasmos celestes

Sonho... sou desencontro

Perdido nos ciprestes

Esses caminhos

Tão descaminhos

Seguidos à risca

Não deixam pistas

Seguem adiante somente

Da alma muito fica pendente

Longe chego próximo ao que me resta

Não sou virgo

Não sou fresta

Sou teu engano pretenso

No lasso do teu entendimento

É o que te resta

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 06/12/2007
Reeditado em 20/01/2014
Código do texto: T766556
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