O Navegante
Seja noite, seja dia
Se repete a agonia.
O arrepio na espinha,
Agora percorre todo meu corpo.
Cada partícula de oxigênio que entra em meus pulmões, atravessam meu peito como agulhas pontudas.
Respirar se tornou bem difícil.
De nada vale meu esforço
Se continuo de olhos fechados para a verdade
Sem enxergar nada a minha volta,
Parece que estou me afogando num imenso mar repleto de desilusões.
Nuvens carregadas de insegurança e culpa sobrevoam ao meu redor.
Até que decido parar de me debater
E encarar a realidade.
Só é possível ver uma grande tempestade chegando.
Enquanto guio um pequeno barco.
Lotado de furos e remendos.
A água chega a ameaçar sua estrutura, mas
Ele permanece boiando.
Enquanto procuro os remos e busco o horizonte
O mar se acalma.
Relativamente, ele diminui as ondas e as rajadas de vento.
Mas, é tudo uma grande inconstância de incertezas
Isso tudo pode durar madrugadas ou talvez alguns dias.
Se repete a agonia
Seja noite, seja dia.
Eu navego sob entrelinhas.