Drenagem de pensamentos

Sinto o pesar

Dentro da

Cabeça

Não consigo

Andar

Meus olhos

Constantemente

Olham para baixo

Conduzo o andar

Ao instante

Que pensamentos

Persistentes

Persistem

Insistem

Resistem

E assistem

Meu esforço

De ruminar

Nada mais

Que vê-los zanzar

Igual vespas

Chego nos meus

Aposentos

Bato

Na cabeça

Até rachá-la

Coloco os dedos

Na rachadura

Arranco a casca

Pego um dreno

Posiciono ele

Com cuidado

Deixo o conteúdo dela

Correr por ele

E cair sobre o papel

Vejo alguns tons

De azul tristeza

Vermelho raiva

Verde alegria

Rosa de amor

Cinza medo

Roxo vergonha

Lilás arrependimento

Pego o pincel

Faço ele dançar

Sobre a folha

Dando forma

Àquela sopa

De pensamentos

E dela, faço

Arte

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 19/11/2022
Código do texto: T7653594
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