Drenagem de pensamentos
Sinto o pesar
Dentro da
Cabeça
Não consigo
Andar
Meus olhos
Constantemente
Olham para baixo
Conduzo o andar
Ao instante
Que pensamentos
Persistentes
Persistem
Insistem
Resistem
E assistem
Meu esforço
De ruminar
Nada mais
Que vê-los zanzar
Igual vespas
Chego nos meus
Aposentos
Bato
Na cabeça
Até rachá-la
Coloco os dedos
Na rachadura
Arranco a casca
Pego um dreno
Posiciono ele
Com cuidado
Deixo o conteúdo dela
Correr por ele
E cair sobre o papel
Vejo alguns tons
De azul tristeza
Vermelho raiva
Verde alegria
Rosa de amor
Cinza medo
Roxo vergonha
Lilás arrependimento
Pego o pincel
Faço ele dançar
Sobre a folha
Dando forma
Àquela sopa
De pensamentos
E dela, faço
Arte