A água e o fogo
A água apagou o fogo,
E morreu seca, na brasa.
Este é o rude jogo,
De um viver que não se casa.
O fogo esquentou a água,
Em imensa ebulição.
Sem lamúria e sem mágoa,
Numa trempe de fogão.
O fogo não queima a água,
A água não lava o fogo;
E nem tampouco enxagua,
O resultado do jogo.
E assim é nossa vida,
Ninguém é mais que ninguém.
Muito embora, bem vivida,
É perde-ganha também.