Nietzsche me avisou sobre o Abismo
A vida? Uma montanha, o viver? Uma jornada
cemitério da certeza, berço do achismo
quem aceita se aventurar nessa escalada
fica sujeito a encarar o abismo
Se bater o cansaço, fé pra suprir a fraqueza
se quiser olhar pra baixo, não caia em tentação
o custo de ceder? é a morte da certeza
diante do abismo, a confiança cai em perdição
No olhar? Um colosso, no reflexo? Escuridão
pro abismo? Irrelevância, mas pro ser? A infinidade
quem se depara com aquela imensidão
se sente grão de areia em meio a tempestade
Deixa suas marcas, sequelas pro ser
deixa suas marcas, pra nunca esquecer
Pro peito? Apenas o frio
Pra visão? A imagem do abismo
o sonho vira poeira, desaparece no vazio
onde morre o carpe diem, nasce o niilismo
Nietzsche me avisou..
Se pra dentro do abismo, atrever-se a olhar
não olhe muito tempo, pra ele não notar
senão o olhar é devolvido, alvejando o coração
quem é visto pelo abismo, se afoga em escuridão