Suplício

Nasce em 1976, tão novo e consigo está almas, vozes estrangeiras à anunciar o futuro úmido em sonhos. Por quantas mãos haveria de passar? Quantos sobressaltos aguardando escondidos por uma nova vítima. A delícia de hipóteses lançadas ao mar e o retorno verdadeiro em camadas esféricas de nácar.

Desejo tanto saber quais mãos o tocaram, quais almas o convidaram para entrar pelas janelas de vitrais garços, achocolatados, tempestuosos ou até mesmo opacos. Quem zelou por você nesses 46 anos e reservou a mim a tarefa amarga de assistir e de ser coadjuvante da sua morte com o mais leve dos toques?

Será que o amaram ao ponto de chegar no ponto de despedida? Ou assim como eu no início de nossa troca de olhares foram assaltados pelo seu Ímpeto bagunceiro de atirar para todos os lados?

Chegaste fazendo tanto mistério, escondendo o rosto detrás de tantos outros nomes, não consigo imaginar o quão bom torturador és. Quando por ti me apaixono… morres frágil em minhas mãos.

Ah essas mãos grandes e que nunca sentiram ou praticaram toques de amor. Mãos que se elevam em símbolos e em violência contra seu mestre. Imperdoável.

Estou com tanto medo de continuar a vossa leitura, já soltastes como lágrimas amarelas e mofadas "A caneca florida". Não quero arriscar desfolhar-lhe por completo a cada conto lido. Oh dor! Oh revolta dos infernos! E agora? Quem resolverá "A equação humana".

Francisco Grandiel
Enviado por Francisco Grandiel em 01/10/2022
Código do texto: T7618084
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