φρούτα
Eu ainda ouso ter fé
Que posso materializar
Todas as lembranças
Que pesam a cabeça
Movo-me entre o que os textos não dizem
Eu confesso tudo nas imagens que inverto
Aos amores que invento minha total devoção
Este coice sem força, canta a terra que nos come
Acumula-se no ouro do caça-nível
Especulando-o como sol, o fruto
Apolo reencarnado ao passo do futuro
Servindo de admiração e fortuna
O mistério remonta diversos
Sabores, invocam texturas
Destrói expectativas psicoativas
Com o sulco vinagre tom de maçã
Incorporo substâncias invisíveis
À experiência datadas do homem progresso
Deixar-se preencher por uma paciência mediúnica
Que toda a sorte da colheita recaía em teu paladar
Eu danço um tango sobre os ombros do pecado
Passando minha língua pesada por sua pele
Encontrando vida no purgatório reclinável de suas ancas
Há um cheiro particular de fertilidade neutra nos adoçando o tato
Os lábios colhidos de uva
Derramam escolhas e ditados batucados
O brilho da noite púrpura embriaga docemente
Os olhos deslumbrados de quem nunca foi amado
Meus sentidos são ralos e depreciáveis
Entretanto, posso lhe embriagar nos meus movimentos
Qualquer vitória vem por insistência que meus passos lentos
Insistem em proclamar a cada nova colheita
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φρούτα: Significa fruta em grego