φρούτα

Eu ainda ouso ter fé

Que posso materializar

Todas as lembranças

Que pesam a cabeça

Movo-me entre o que os textos não dizem

Eu confesso tudo nas imagens que inverto

Aos amores que invento minha total devoção

Este coice sem força, canta a terra que nos come

Acumula-se no ouro do caça-nível

Especulando-o como sol, o fruto

Apolo reencarnado ao passo do futuro

Servindo de admiração e fortuna

O mistério remonta diversos

Sabores, invocam texturas

Destrói expectativas psicoativas

Com o sulco vinagre tom de maçã

Incorporo substâncias invisíveis

À experiência datadas do homem progresso

Deixar-se preencher por uma paciência mediúnica

Que toda a sorte da colheita recaía em teu paladar

Eu danço um tango sobre os ombros do pecado

Passando minha língua pesada por sua pele

Encontrando vida no purgatório reclinável de suas ancas

Há um cheiro particular de fertilidade neutra nos adoçando o tato

Os lábios colhidos de uva

Derramam escolhas e ditados batucados

O brilho da noite púrpura embriaga docemente

Os olhos deslumbrados de quem nunca foi amado

Meus sentidos são ralos e depreciáveis

Entretanto, posso lhe embriagar nos meus movimentos

Qualquer vitória vem por insistência que meus passos lentos

Insistem em proclamar a cada nova colheita

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φρούτα: Significa fruta em grego

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 09/09/2022
Reeditado em 02/11/2022
Código do texto: T7602058
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