LIBERDADE
Queria falar de liberdade,
Mas não dessa liberdade promíscua;
Queria a liberdade-felicidade
Que tem limites e vantagens.
Queria a liberdade civil do ser
Incondicionada, sem o jugo da dor,
A liberdade não confundida
Com a morte, em nome do amor.
Desde que o Brasil foi descoberto
Essa liberdade se esconde entre grilhões.
A liberdade seria, decerto,
Um grito forte de luta e de perdões.
Não seria preciso desfraldar bandeiras
Nem, em vão, deflagrar a guerra.
Mas, sim, destruir barreiras
E dar trégua à demarcação da terra.
Liberdade seria dar guinadas e trampolins
E desfazer os pensamentos jurássicos,
Seria acabar com a alienação e os motins
E tirar o país do “buraco”.
Liberdade seria, talvez,
Cortar o mal pela raiz.
Ser um paisano, despir a tez,
Ouvir a canção de protesto e pedir bis.
Liberdade seria, enfim, nos livrar da Dívida Externa,
Pois liberdade é desenvolvimento, decência.
É andar com as próprias pernas
Afinal, liberdade é independência.
(Editado no Jornal Mundo Jovem, PUCRS, em 1996)