Sem ser notada
Por aqui fico e continuo
não sei se vai dar certo
não sei se vou resistir...
Não tenho preço, "o ignoro",
Não tenho vantagem para lutar na zona de confronto.
Aqui todos são diferentes,
as ideias são mais amplas, porém restritas à alguns nada mediadores,
é um leilão de forças, ativando o desejo peregrino do sonhador,
são forças que se convergem, mas, se dividem,
é algo que silencia a vontade e o prazer de estar aqui,
por vezes, o silêncio incorpora uma dor inexplicável,
se investe na vergonha de quem quer se fazer melhor
de quem precisa de voz, mas é intimidado,
é o destempero de achar que tudo se encaixa onde não se cabe,
é a dor de entregar a fraqueza ao forte,
a solidão à multidão,
a salvação ao precipício
e quem morre com isto, leva a dor envergonhada de não ter lutado
e se lutou, leva a marca de quem não tem cacife, poder, satisfação,
e assim vai a vida, para onde ninguém vê,
e se encontra onde, ninguém pretende esmiuçar
Fico e deixo, minhas memórias nada atraentes
àquele que me conheceu tão pouco
e não pôde gentilmente me abraçar nesse poço de muita complexidade,
vou andando por aí, parada, sem me deixar ser notada,
tudo bem, vou continuar...