O MAIOR DOS POETAS
Em algum lugar do selvagem mundo ocidental
Dentro do mais miserável casebre
Tendo por esposa a Venus Anadyomène
Um homem sofre de febre
Escreve poemas que ninguém vai ler
Tudo é parco: amigos, dinheiro, saúde
O resto que tem soçobra no álcool
Mas nada há que faça com que mude
As pessoas de vida confortável
Pensam que o tempo ele desperdiça
E tecem teorias injuriosas
De que ele é louco, fraco ou tem preguiça
Porém os poucos que o conhecem bem
Dão-lhe dinheiro, calor e comida
Percebem o sagrado que há neste homem
Que só faz mitificar a própria vida