In tenebris

De alguma forma as rosas sabem

Que a beleza, às vezes, custa tudo

O cheiro atrai os doces ventos

E as mãos pesadas do destino

Talvez seja a insígnia da vida

Um prêmio por viver, seja o morrer

É que quase sempre nos cansamos

Da itinerante sensação de pertencer

Essa cosmológica micro habitação

Que é a totalidade do entendimento

Lugares distantes, essas pessoas próximas

Todo dia nós dizemos adeus, sem dizer

Quem sabe quando a dor cessa?

Seria a premissa da missiva etérea?

Tem algo depois dessa escuridão eterna?

Alguma coisa além de incertezas?

Cada lágrima é um oceano inteiro

Feito de cada pedaço de todos os momentos

É esse o grande temor dos homens?

Esvair-se até o ponto onde a verdade vai nos sufocar?

E esse no espelho, mente para mim?

Seria ele meu algoz, ou um lobo feroz?

Sentindo o odor da fragilidade dessas pedras

De grandes castelos, que guardam tão pífios tesouros?

Tomverter
Enviado por Tomverter em 31/07/2022
Código do texto: T7572075
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