In tenebris
De alguma forma as rosas sabem
Que a beleza, às vezes, custa tudo
O cheiro atrai os doces ventos
E as mãos pesadas do destino
Talvez seja a insígnia da vida
Um prêmio por viver, seja o morrer
É que quase sempre nos cansamos
Da itinerante sensação de pertencer
Essa cosmológica micro habitação
Que é a totalidade do entendimento
Lugares distantes, essas pessoas próximas
Todo dia nós dizemos adeus, sem dizer
Quem sabe quando a dor cessa?
Seria a premissa da missiva etérea?
Tem algo depois dessa escuridão eterna?
Alguma coisa além de incertezas?
Cada lágrima é um oceano inteiro
Feito de cada pedaço de todos os momentos
É esse o grande temor dos homens?
Esvair-se até o ponto onde a verdade vai nos sufocar?
E esse no espelho, mente para mim?
Seria ele meu algoz, ou um lobo feroz?
Sentindo o odor da fragilidade dessas pedras
De grandes castelos, que guardam tão pífios tesouros?