Encontros e Desencontros



Cada dia eu me encontro comigo.
Amanheço, desço escadas, olho o sol.
Vejo as claras aves voando do ninho
Que festejam em bando o seu abrigo.

Cada dia anoiteço; encontro meu eu.
Que não entendeu o cansaço que doeu,
Das amarras, das grades da incerteza,
Da crueza dos males da avareza.

Cada dia amanheço e, com um novo eu,
Sem breu, com fases que a lua cedeu.
Convenço-me a agir alegre, coerente,
Ciente do desgosto, mas contente...

Cada noite que chega vou buscar-me
Abusar da minha saudade, da idade,
Deidade escondida no coração,
Enferrujada na desilusão.

Cada dia que surge traz encontros
Tontos, tortos, a dar-me suas boas vindas;
Linda mensagem d’ esperança dança.
E, lança seu grito de forma mansa.

Louvo ao dia que trás esses encontros
De vida, de luz, a mágica d’oxigênio!
Felicito a noite e gênio de luz
Verde gás carbono a outros conduz.

Ah! Encontros e desencontros... Amigos
Antigos que ajudam a superar as dores
Sem cores, a desilusão, sempre acalma.
As almas pequenas, até de flores.